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Como surgiu a Constelação Familiar?


O alemão Bert Hellinger, falecido em 19 de setembro de 2019 aos 93 anos de idade, foi quem desenvolveu a Constelação Familiar Sistêmica após anos de estudos e vivências.


Nascido em 1925, de família católica, foi seminarista aos 10 anos. Com a chegada da guerra se alistou no exército nazista com 17 anos. Foi capturado na Bélgica pelo exército americano e conseguiu escapar, retornando para a Alemanha no final da guerra. Se tornou padre, fez faculdade de Filosofia e Teologia, foi enviado para a África do Sul como missionário católico junto à comunidade dos Zulus por 16 anos.


No final dos anos 60, abandonou o clero e voltou a Alemanha, estudou pedagogia, Gestalt-terapia, psicanálise, terapia primal, análise transgeracional, hipnose, desenvolvendo a sua própria abordagem a partir das experiências com dinâmicas em grupos. Percebeu que todos estamos conectados por meio de uma memória do campo familiar, que é passada de geração em geração. 
Bert Hellinger escreveu mais de 100 livros e observou 3 leis universais que regem nossa vida, quer nós saibamos delas ou não. Ele as chamou de leis da vida. Elas coexistem e agem ao mesmo tempo sem exclusão de uma em favorecimento da outra. São elas:


1. Lei do pertencimento: diz que todos que fazem parte de um sistema familiar jamais podem ser excluídos ou deixar de pertencer. Quando isso acontece, o sistema fica pressionado na busca da reinclusão de quem foi afastado. A pressão transparece em forma de dificuldades de algum ou todos os membros do sistema, e só se alivia com o retorno do excluído. Esse retorno muitas vezes não é possível fisicamente, dado que pode ter ocorrido em gerações anteriores. Mas, como continuidade desse sistema, trazemos os excluídos ao nosso coração e aceitamos como parte do nosso sistema. Essa aceitação transparece em nossas falas e ações, e isso traz alívio ao sistema.


2. Lei da Hierarquia: mostra que aqueles que vieram primeiro em um sistema tem preferência sobre aqueles que vieram depois. A quebra dessa lei causa pressão ao sistema, que busca restaurar o lugar na ordem de cada um dentro do grupo. É comum encontrar o desrespeito desta lei quando os mais novos tentam resolver as dores dos mais velhos. Ao fazer isso, tomam uma posição de superioridade, se engrandecem e quebram a ordem do sistema. Ajudas dentro do sistema são possíveis, desde que todos permaneçam em seu lugar. Um filho permanece um filho, mesmo com seus pais idosos que precisam de seu apoio.


3. Lei do equilíbrio: fala da troca igualitária entre o dar e o tomar em pessoas do sistema. Se uma pessoa só toma e a outra somente dá, existe um desequilíbrio que precisa ser restaurado. Dessa forma, os membros desse sistema serão pressionados até que o equilíbrio nas trocas seja restabelecido. Os desequilíbrios nas relações se mostram com rupturas. Alguém, em algum momento, precisa sair daquele lugar. A inocência de quem dá mais se torna um fardo pesado para aquele que toma e não tem como retribuir. As relações resistem através da troca equilibrada.